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Jardins Tropicais na OM.art: uma collab entre Oskar Metsavaht e o Instituto Burle Marx

Jardins Tropicais é impactante! Eu visitei a exposição na OM.art na última quinta e ao assistir o vídeo que conta a história do Burle Marx me atravessou uma emoção enorme ao ver a preocupação que o paisagista-artista tinha em deixar um legado para todos os brasileiros com seus jardins tão icônicos e suas criações que invadem a paisagem urbana, principalmente do Rio. Isso é muito especial.

Mas antes de falar como eu me sinto, deixa eu apresentar para vocês um pouco dessa colaboração: A parceria de Oskar Metsavaht com o recém-criado Instituto Burle Marx germinou duas sementes: uma, a Coleção ‘Jardins Tropicais‘, parte do OsklenArtSeries, projeto que busca promover o encontro da moda com a arte, em colaboração com as instituições culturais e seus artistas, com coleções de série limitadas e revertidas, contribuindo para a manutenção da missão de preservação de legado histórico e artístico de nossa cultura. A outra semente germinada, está em exibição no studio OM. art, é a videoinstalação: ‘Jardins Tropicais – uma Dança‘, que traz os desenhos modernistas de Roberto Burle Marx para além do plano bidimensional, uma fluída sensualidade de seus corpos, transparências e abstrações.

Me permiti a uma imersão na personalidade criativa do Roberto, me tornar íntimo de seu espírito, de seu olhar e da sua forma de conceber arte. Seus sistemas de formas, cores e ritmos, os elementos que amalgamaram o seu estilo. Esta obra é uma dança do Roberto com sua musa inspiradora, a cultura brasileira na exuberância da nossa natureza e de nossa etnicidade que, envoltos de seus desenhos modernistas, formam este ritmo imagético, espiritual , diz Oskar Metsavaht, artista, Fundador e Diretor de Criação e Estilo da Osklen, Embaixador da UNESCO para Sustentabilidade e Embaixador da ONU para a Década dos Oceanos.
 

Essa parceria exalta a importância da obra paisagística do artista para a valorização dos biomas nacionais, assim como a preservação e difusão do acervo legado por ele para Haruyoshi Ono, seu sócio por quase 3 décadas e então responsável pelo seu estúdio de projetos até 2017. Ao todo, são mais de 120 mil itens que variam entre plantas de paisagismo originais, croquis, desenhos, fotos e outros materiais preservados. Fascinado pela diversidade da vegetação nativa, Burle Marx foi um dos primeiros paisagistas a explorar essa riqueza botânica em projetos nos anos 30. Seu trabalho foi fundamental para a valorização das florestas tropicais, em suas pesquisas descobriu diversas espécies de plantas que levam o seu nome.

Roberto Burle Marx:

“O jardim pode e deve ser um meio conscientização de uma existência na medida verdadeira do homem, do que significa estar vivo. Ele é um exemplo da coexistência pacífica das várias espécies, lugar de respeito pela natureza e pelo outro, pelo diferente. O jardim é, em suma, um instrumento de prazer estético e um meio de educação”.

O Instituto Burle Marx, uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos, tem como prioridade garantir a salvaguarda das coleções do acervo legado por Burle Marx e seus colaboradores e sua difusão pública através de inventário, catalogação e digitalização. O Instituto entende seu acervo como sementes, sendo testemunha de um trabalho coletivo, marcado por um compromisso ético e estético que se reflete em espaços democráticos e de bem-estar.

O acervo do Instituto conta hoje com 2k projetos paisagísticos, 2k livros, 10k desenhos técnicos, 10k croquis e estudos, 30k documentos e cartas, 1k revistas e jornais históricos, 80 plantas de projeto em tinta guache, 20 plantas de projeto em tinta automotiva, 50 maquetes, 100 obras de arte e 75k fotografias (cromo e papel).

Desta vez, a composição paisagística e visão estética de Roberto Burle Marx, e sua equipe, inspiraram esta edição especial da OsklenArtSeries, com a interpretação dos projetos paisagísticos que ilustram um mix de peças contemporâneas, tanto como nas texturas das plantas Licuala grandis e Pritchardia pacifica, palmeiras bastante utilizadas nos projetos paisagísticos, traçando um paralelo entre design, sustentabilidade, natureza e a arte.

Generoso, Burle Marx acreditava no processo coletivo, na troca de conhecimento e em um saber plural. Também tinha o costume de pintar tecidos para cortes de roupas e camisas que frequentemente dava de presente para seus amigos próximos. Um artista multifacetado, arquiteto paisagista, pintor, ceramista, ecologista e músico que levou o paisagismo para a lógica das artes plásticas, com um estilo único, vanguardista e moderno“. Oskar Metsavaht.

Porque eu não quero fazer apenas o jardim para uma casa de milionários. Eu gostaria de fazer jardins em que o povo pudesse participar“. Roberto Burle Marx. É com essa frase que eu termino essa matéria e deixo a pulga atrás da orelha de vocês, aproveitem a exposição na OM.art que vai até o dia 21 (deixo o convite embaixo com todas as informações) e conheçam a coleção criada por Oskar Metsavaht para a Osklen que celebra essa parceria com o Instituto Burle Marx.

Rodrigo Santiago

Rodrigo Santiago

Carioca, mas cosmopolita. Adora traduzir tendências, comportamentos e movimentos através dos seus textos. Adora mergulhar em iniciativas inovadoras e em experiências originais. Adora compartilhar os insights que têm através do seu olhar e conectar pontos não-óbvios, dando mais robustez ao que escreve. Está disponível para cobrir seu evento ou experiência assinando matérias autorais e branded content. Faça uma cotação através da página de contato.