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Aniversário de 1 ano do FUNSES1 no BANDES

Na última segunda (19.06), profissionais do ecossistema de inovação capixaba se juntaram na sede do BANDES no Centro de Vitória para comemorar o primeiro ano do FUNSES1, o fundo de investimento em participação com recursos do Fundo Soberano, um fundo público estruturado pelo BANDES e que conta com 250 milhões de reais para serem destinados ao desenvolvimento do estado. Esse fundo tem como proposta investir em empresas capixabas em todos os estágios de desenvolvimento através da aceleração com investimento na média de R$ 500.000,00 por empreendimento e também pretende acelerar digitalmente até 500 empresas durante os 10 anos do projeto, nesse caso sem aporte de recursos. Desde que começaram, já investiram em 17 empresas, sendo 12 startups, e já aceleraram 76 ideias e nessa noite eles apresentaram números, resultados e o status do projeto.

O aniversário teve vários momentos e vou compartilhar por aqui alguns dos principais insights que tive, fotos assinadas pelo Diego Nunes, dados e mais detalhes sobre essa comemoração, que iniciou com uma fala de boas-vindas da economista do BANDES, Ivone Pontes.

Na sequência, ficou sob responsabilidade de Felipe Marcondes, sócio e Diretor de Venture Capital da TM3 Capital, gestora responsável pelos investimentos do FUNSES1, a apresentação dos objetivos do fundo e de tudo que foi feito nesse primeiro ano. O projeto começou no edital de 2021, mas o fundo ele começou a operar formalmente em maio de 2022, por isso agora ele completou um ano e é hora de apresentar os resultados.

Marcondes comentou sobre como “é bacana ver o ecossistema florescendo cada vez mais forte, vendo as pessoas aqui interessadas em ouvir e se conectar, porque o objetivo do fundo é, acima de tudo, fomentar o ecossistema capixaba (…) tem várias pessoas trabalhando duro todos os dias para que a gente tenha o Estado do Espírito Santo cada vez mais forte no ecossistema de inovação“. Ele também comentou sobre os quatro grandes objetivos do fundo:

  • Fomentar/potencializar o ecossistema (não só com investimentos, mas com eventos como o de segunda, trazendo empreendedores, fazer conexões, gerar networking, trocar experiências – é assim que a gente a faz um ecossistema crescer);
  • Acelerar digitalmente 500 empreendedores (porque entendemos que o ecossistema capixaba não tem ainda o nível de outros ecossistemas, seja em quantidade de empresas, seja em maturidade de empresas, vamos ajudar esses empreendedores que querem tirar suas ideias do papel);
  • Acelerar 50 empresas em cinco anos;
  • Investir em até 35 empresas em estágios mais maduros em cinco anos (não só empresas capixabas, mas empresas que se interessem por esse pujante ecossistema).
Com Ed Lobo da Sui Generis Innovative, responsável pela organização desse belo evento e um profissional expoente no ecossistema de inovação capixaba

Marcondes comentou sobre o Funil de Investimentos que busca empresas com empreendedores excepcionais e explica que eles têm que ser rigorosos porque existe “uma responsabilidade para com o Estado, com os cidadãos capixabas, esse fundo não é uma política de Governo, é uma política de Estado para anos pra frente, nós queremos investir com rigor em empresas que vão ter sucesso e gerar retorno para o cidadão“.

O Fundo pretende ser multisetorial com o objetivo do Estado de diversificar a matriz econômica do ES, hoje formado por fintechs, retailtechs, insurancetechs, healthtechs, entre outros setores. Nesse primeiro ano já foram investidos R$ 33,4 milhões, distribuídos em 17 startups, 5 em estágios mais avançados, que não precisam de aceleração, com investimento direto e 12 aceleradas com investimento, e ainda 77 empresas capixabas aceleradas digitalmente. Existem empresas apoiadas pelo FUNSES1 em 10 municípios capixabas, não só na Grande Vitória. O objetivo no segundo ano do projeto é ter empresas apoiadas em todas as microrregiões do Estado, investir pelo menos R$ 50 milhões, fazer seis investimentos em empresas em estágios de SEED, EARLY STAGE ou SERIE A, acelerar com investimento pelo menos 10 empresas e acelerar digitalmente 50 empresas.

No meio do evento foi a vez de Daniel Leipnitz, Presidente do Conselho da ACATE, apresentar sua Palestra “Uma ponte para inovação” falando sobre cidades inovadoras – o que “é muito propício para o momento que o Estado está vivendo“, Marcondes acompanha esse ambiente desde 2017 e vê as grandes transformações que tem acontecido no Espírito Santo, e para ele, o FUNSES1 tem sido um acelerador do ecossistema desde o ano passado.

Para Daniel “essa história que vocês estão construindo com o Fundo Soberano, na verdade, todo esse programa que vocês tem com essas iniciativas, com aceleração, com desenvolvimento de ecossistema, isso é muito lindo e vocês tem que ter muito orgulho disso. Enquanto outros estados usam esse recurso para custeio, vocês estão construindo o futuro das novas gerações que vão vir aqui no Estado“.

Ele que já conheceu mais de 60 países, em 35 deles ele foi estudar seus ecossistemas e a partir disso foi aprendendo e fazendo uma série de coisas na sua cidade, Florianópolis: “na década de 80, Floripa não tinha oportunidade nenhuma, ou você se tornava funcionário público ou pescador, não tinha muitas empresas, o turismo era precário. O que acontece bastante no Brasil, em geral, quando saem para estudar em grandes centros ou quando estudam no local, mas vão procurar oportunidades nas grandes metrópoles. Por sermos uma cidade de praia, ainda recebíamos preconceito de cidades industriais como Joinville e Blumenau. Em um determinado momento, nós tivemos oito estudantes fizeram quatro empresas que naquele momento faturaram no primeiro ano R$ 50 mil, se transformou em mais de 5.000 empresas que hoje faturam R$ 12 bilhões por ano“. Ele então contou toda a história de transformação que Florianópolis passou nesse período, principalmente em 2015 quando houve uma disrupção enorme na cidade, através de uma mudança na forma de pensar da cidade, criando “uma maquininha de gerar empreendedores e uma máquina de gerar empresas (..) através de atos genuínos em querer ajudar outros sem ganhar nada em troca, porque dentro de um ecossistema de inovação as pessoas se ajudam, as pessoas compartilham, as pessoas colaboram sem esperar nada em troca‘. Faço coro com o Daniel desejando então, muita ocitocina, o hormônio do amor, para todo mundo porque o que faz o ecossistema mudar é a colaboração, é o compartilhamento, é o pensar diferente.

Dando continuidade ao evento, aconteceu o Painel “Desafios e lições dos empreendedores” com mediação do Pedro Carneiro da ACE Ventures, contratada para conduzir o programa de aceleração, e com os empreendedores Maurício Betti da Talent Academy, Diogo Publio da Speedio e Igor Pereira da W. Dental, todas aceleradas pelo FUNSES1. Eles terminaram às apresentações da noite contando suas respectivas trajetórias, as conquistas e evoluções a partir da aceleração do FUNSES1 e tirando algumas dúvidas de quem estava presente.

O evento continuou com um coquetel onde pudemos trocar experiências, conhecer outros players do ecossistema capixaba e saber mais informações do FUNSES1 e das suas formas de participação.

Na foto acima, algumas das startups aceleradas pelo FUNSES1, representantes do BANDES, da ACE, da TM3 Capital e responsáveis pela organização do evento.
Rodrigo Santiago

Rodrigo Santiago

Carioca, mas cosmopolita. Adora traduzir tendências, comportamentos e movimentos através dos seus textos. Adora mergulhar em iniciativas inovadoras e em experiências originais. Adora compartilhar os insights que têm através do seu olhar e conectar pontos não-óbvios, dando mais robustez ao que escreve. Está disponível para cobrir seu evento ou experiência assinando matérias autorais e branded content. Faça uma cotação através da página de contato.