E essa edição surpreendeu e muito: um público extremamente diverso de visitantes, obras, peças e instalações que se conectam com a realidade de diferentes culturas do país e uma animação de galeristas, expositores e palestrantes com a curiosidade e o engajamento do público. Encerrada no domingo passado (18), a 12ª edição da ArtRio foi um sucesso de público com 50 mil pessoas visitando nos cinco dias e de negócios com 90% das obras vendidas, entre elas uma obra doada para o Museu Nacional de Belas Artes.

“Foi uma feira para celebrar bons negócios, a força do mercado de arte no Brasil, e uma nova geração de artistas que vem se destacando no cenário nacional e já iniciando carreira internacional também. Tivemos um sentimento de celebração.“, fala Brenda Valansi, presidente da ArtRio.
Um ponto alto da feira foi a agenda do Conversas ArtRio. Entre os temas abordados estão “Arte e educação como ferramentas de transformação social”, “Arte + Moda”, “O valor da obra de arte”, e “Como a arte pode unir as mulheres”, entre outras agendas. Eu amei esse espaço, consegui curtir no domingo um bate-papo sobre José e Hélio Oiticica que vai ficar pra história, quantos insights e inquietações os participantes dessa mesa deixaram na minha cabeça. “Exu nos museus e na avenida” também foi sensacional e mostra como os diálogos estão se abrindo para diferentes expressões culturais, valorizando a atuação de comunidades, nichos e grupos anteriormente marginalizados como criadores de movimentos e de expressões artísticas de imenso valor.
“Fico muito orgulhosa de participar ativamente com a ArtRio para que tenhamos cada vez mais uma realidade mais diversa e inclusiva não apenas no segmento da arte, mas em todo o Brasil“, completa Brenda.



Esse ano, a ArtRio aproveitou ainda melhor o espaço da Marina da Glória, estabelecendo o Pavilhão TERRA onde estavam localizadas as galerias do programa PANORAMA, galerias já estabelecidas e reconhecidas no mundo da arte moderna e contemporânea.






Nunca antes eu vi na ArtRio tantas instalações e obras que refletiam diferentes aspectos de comunidades e culturas: isso não deixou dúvidas para ninguém com quem eu conversei durante e depois da feira.
A diversidade de olhares e influências tá on!





Dando continuidade ao trabalho de reforçar a importância da formação de acervo para os museus brasileiros, a ArtRio atuou em parceria com o Museu Nacional de Belas Artes. O curador do MNBA identificou nas galerias presentes obras que gostaria de ter no acervo e as pessoas podiam fazer a compra e doação da peça.




“Tivemos muitas visitas e muita visibilidade. Vendemos 90% das obras e entre elas uma obra doada para o Museu Nacional de Belas Artes. A feira foi lindíssima e com muita diversidade de arte, de todos os contextos, performance, video, pintura. E, principalmente, a presença de artistas de comunidades, de lugares periféricos, com todas as narrativas possíveis. Foi muito positivo para o MT Projetos e para nosso artista Jota, e também tivemos grande visibilidade para o Gervane de Paula em nossa parceria com a Galeria Aura. O projeto externo do Pedro Évora também foi muito inclusivo, onde todos conseguem ver tudo com facilidade nas galerias“, diz Margareth Telles, do MT Projetos.

Inclusive, o projeto do arquiteto Pedro Évora, o Pavilhão MAR com mais de 3.000 metros quadrados, simulava o movimento do mar e estava deslumbrante. Foi uma forma extremamente inteligente em unificar os espaços e criar ambientes que se conectavam com o programa VISTA dedicado às galerias jovens com até 10 anos de existência e com o programa SOLO que esse ano teve curadoria do colecionador Ademar Britto e que foca em projetos expositivos originais dedicados a um único artista.





A ArtRio gerou cerca de 1.500 empregos diretos e indiretos para a montagem e produção do evento, atendimento nos bares e foodtrucks, além das equipes das galerias participantes.
“Para a Potência Ativa, é muito importante participar de uma feira como a ArtRio – um evento que acolhe e potencializa ações beneficentes, institucionais e paralelas ao mercado de arte. Os resultados foram muito positivos, não apenas por vendas, mas, principalmente, pela proliferação da Potência Ativa para o público”, indica Gabriela Davies, curadora e cofundadora da instituição.


