“A visão de um píer é um horizonte repleto de possibilidades imagéticas, empíricas e psíquicas. Ao mesmo tempo que é possível se perder nas confluências entre as cores formadas pelo céu e a imensidão do mar, há aqueles que relatam uma emoção catártica ao se deparar com a beleza sublime existente na natureza“, texto de Bárbara Alves sobre Píer.
Eu estive na abertura no dia 20 de outubro quando conheci Brendon pessoalmente e conseguir bater um papo com ele sobre a exposição. Nessa matéria, unindo suas falas com recortes do texto da apresentação, vou apresentar pra vocês Píer.
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Na primeira individual de Brendon Reis na Galeria Inox, somos “como meros observadores de um píer convidados a imergir” no seu questionamento da fantasia nessa série que o artista já trabalha há quatro anos, em que ele “retoma o protagonismo gay no ambiente portuário criando possibilidades, narrativas e singularidades para esses indivíduos“: “eles estão olhando para frente, não estão escondendo o rosto, como um desenho figurativo eles se comprometem a confrontar o olhar”, diz Brendon.
Eu me senti confrontado e meio que encarado pelos seus “personagens” e o questionei se esse sentimento era comum e proposital e Brendon comentou que “acho que é por isso que coloco brilho nos seus olhos”. É um exercício de humanizar essas figuras que já muito tempo permaneceram desconstituídas de suas individualidades.
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Uma “instalação” me chamou atenção, já que os retratos dos marinheiros estavam dispostos como em um formato de relógio e eu perguntei ao Brendon se isso já tinha sido concebido dessa forma: “como eu faço meu trabalho muito em série, essa série foi uma das que eu fui pintando de quatro em quatro, eu tinha dez dela durante a curadoria mesmo, fomos conversando e como tínhamos a ideia de colocar ‘O Beijo’ (2023) ~ afinal todo artista tem uma interpretação de um beijo ~ no meio, na montagem, fomos construindo esse pensamento em conjunto, junto com a curadora Bárbara Alves , quando a gente viu criamos essa montagem”, compartilha Brendon.
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Eu perguntei ao Brendon porque a escolha dessas cores, azul e dourado, para permear toda a sua exposição: “eu sigo um conceito de dualidade, o dourado representa o quente, o luminoso, entre os metais é o mais puro; o azul é uma das cores mais puras na pintura”.
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Para Brendon essa série “virou uma linha de pesquisa, faz sentido aprofundar”. Ele pretende continuar sempre acrescentando novas ideias e criando dentro dessa temática mais homoerótica e mais simbolista”.
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SERVIÇO:
Píer – Brendon Reis
Período: 20/10 a 20/11
Galeria Inox: Av. Atlântica, 4240 – Subsolo 101 – Copacabana, Rio de Janeiro – RJ, 22070-011